Atividades económicas
Produtos identitários da comunidade da Maia, ilha de São Miguel
Com o selo CORES - compromisso com a Economia Solidária
Produtos identitários da comunidade da Maia, ilha de São Miguel
Com o selo CORES - compromisso com a Economia Solidária
Os primeiros habitantes ter-se-ão fixado na Maia devido à fertilidade do solo, à abundância de nascentes de água e ao acesso fácil ao mar, fatores importantes para a sobrevivência das suas gentes, que se dedicaram, durante séculos, basicamente à pesca e agricultura e, mais recentemente, à pecuária e prestação de serviços.
Historicamente, a freguesia da Maia esteve sempre conotada com a inovação e a procura de outras fontes de rendimento. É assim que surge, no lugar da Gorreana, uma das primeiras plantações de chá de todo o Continente Europeu; a produção de tabaco; a criação de uma empresa de transporte público; uma fábrica ligada à construção civil; uma indústria de panificação que serviu, durante largas décadas, a costa norte da ilha, desde o Porto Formoso à Pedreira do Concelho do Nordeste; um espaço para visionamento de cinema e foi na Maia que surgiu o primeiro supermercado da costa norte da ilha e importantes núcleos de lavradores que, ainda hoje, se dedicam à pecuária, arrecadando prémios nacionais e internacionais.
Nos últimos anos, novas formas de ocupação dos naturais da Maia têm surgido ao nível dos serviços, comércio, indústria e restauração.
De todas as atividades económicas da Maia, destacamos a Fábrica de Chá Gorreana, uma vez que à mesma devemos o estatuto internacional que a Maia conhece há muitas décadas. São muitos milhares de turistas que, por ano, visitam a Maia, ao deslocarem-se à Fábrica do Chá Gorreana e, mais recentemente, ao fazerem o percurso pedestre com o mesmo nome.
A excepcionalidade desta fábrica prende-se com o facto de ter pertencido a um grupo de produtores de chá que, no terceiro quartel do século XIX, iniciou as primeiras produções de Chá dos Açores e da Europa, sendo o Chá Gorreana o único sobrevivente, continuando a oferecer um produto biológico, de primeira qualidade, isento de qualquer tipo de pesticidas ou herbicidas. É a que mais produz em todo o continente europeu e está integrada em terrenos de grande beleza paisagística.
Trazidas as primeiras sementes de Camellia sinensis – as que produzem o chá verde e preto da China – deu-se início a uma produção que se mantém até hoje como uma referência mundial, também devido ao uso generalizado do chá nos quatro cantos do mundo e aos benefícios medicinais que ao mesmo estão associados.
Segundo estudos científicos, o chá verde combate diferentes tipos de cancro, reduz o colesterol, baixa a tensão arterial, previne a diabetes, cáries dentárias, gripes e reumatismo, tem um papel importante no controlo do peso e é um relaxante. O chá preto, por seu lado, devido ao elevado teor de teína, é mais estimulante.
A Fábrica de Chá Gorreana produz chá verde e chá preto, de variados tipos e com diferente teor de teína. O chá, planta de origem chinesa, chegou aos Açores em data incerta, por altura dos descobrimentos portugueses, e começou a ser cultivado em São Miguel, na Maia, no século XIX, na sequência de esforços desenvolvidos pela Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense, que contratou dois especialistas chineses de Macau, território à época sob administração portuguesa.