Paisagem
Produtos identitários da comunidade da Maia, ilha de São Miguel
Com o selo CORES - compromisso com a Economia Solidária
Produtos identitários da comunidade da Maia, ilha de São Miguel
Com o selo CORES - compromisso com a Economia Solidária
A Maia, freguesia de grande extensão geográfica, é composta por diferentes espaços com características e pontos de interesse distintos, tanto do ponto de vista paisagístico quanto científico. Destaque-se o povoado nuclear, a serra verdejante a sul, os pitorescos Calços da Maia, ladeados por uma ribeira sinuosa; a Gorreana, com as suas terras de cultivo do chá; a Lombinha da Maia, ponto de ligação a outras partes da ilha; a Mata-Jardim Dr. Fraga, a caminho das Furnas; e a costa marítima recortada, com uma enseada abrigada.
Virado para o mar, ora tranquilo ora revolto, desenvolve-se o casario geometricamente alinhado e concentrado, como nas grandes urbes. O visionamento desta paisagem, a partir de pontos mais elevados da freguesia e de miradouros, constitui um momento único de encontro com a natureza e a geografia humana. Os miradouros da Maia incluem o Miradouro do Frade, Monte Sapata, Pico da Vigia, Eirinhas e Rua Melo Nunes.
A Mata-Jardim do Dr. Fraga, do século XIX, foi recentemente recuperada como espaço público para lazer e convívio. A proximidade com a serra e o mar garante fontes de água fresca e baías propícias para banhos e desportos náuticos. O Calhau da Maia, que serve como porto de pesca e pequena praia, proporciona uma zona aprazível às populações. Já a Praia da Viola, compartilhada entre a Maia e a Lomba da Maia, é um recanto paisagístico de grande interesse turístico e etnográfico, destacando-se pelos moinhos de água (Moinhos do Nateiro), usados há décadas para moer cereais, alimento básico da população.
A zona do Frade, com as suas piscinas naturais, é uma das poucas colónias para a nidificação de cagarros, aves protegidas devido ao seu estado de conservação desfavorável. Na Pedra Queimada, é comum avistar milhafres esvoaçando. A paisagem da Maia é rica em tons de verde, quedas de água, fontes abundantes e ladeiras com vinhas, sendo desenvolvidos projetos de recuperação das vinhas para produção de vinho verde. Amoreiras remanescentes do século XX, utilizadas para a produção de seda, ainda subsistem.
Os trilhos pedestres da Maia incluem o Trilho do Chá Gorreana, que proporciona vistas dos quartéis de cultivo do chá e do Atlântico, e o Trilho da Viola, marcado por recantos etnográficos e uma caminhada misteriosa até o mar. Outros percursos, como o Caminho da Pedra Queimada e o Caminho da Lajinha, também merecem destaque. Para os mais aventureiros, recomenda-se a descida em rapel à Gruta do Frade, uma gruta vulcânica de rara beleza.